25 dezembro 2009

Um sonho

Escrevo para não esquecer:
O ônibus parou, por algum motivo não esclarecido a estrada estava impedida. Sem tempo para dúvidas, peguei minha mochila e fui a pé. Não se espante, andar a pé é nosso meio de transporte mais natural e óbvio, além disso, era apenas um sonho.
Eu sabia o caminho, as rotas serpenteantes e úmidas eram velhas conhecidas. Chovia sem tréguas, encharcando-me toda e meus pertences, porém isso parecia não importar. A chuva era parte intrínseca daquele lugar, um alívio, água matando a sede, conforto, só confirmava o quanto era ali mesmo que eu estava.
Seguindo, pequenas cidades iam aparecendo, lúdicas como brinquedos, surgindo e ficando para trás. Meu trajeto cruzava por algumas. A chuva ia cedendo. Havia igrejas, belas igrejas em que entrei. Os interiores de louça lisa e brilhante faziam-me sentir dentro de uma bonita xícara de chá. Ao invés de cruz, presépios, santos ou anjos, diversas representações de pessoas sorridentes brotavam do chão, tais quais estalagmites de uma caverna, uma celebração de felicidade.
A chuva passou e as cores tomaram a paisagem. Cores próprias do mundo onírico, extremamente saturadas, vivas. O azul do céu e o amarelo do sol se misturavam nas superfícies redondas das montanhas, uma colcha macia de retalhos verdes desarrumada gostosamente sobre a cama. Encontrava pessoas que me acenavam de forma calorosa e amigável. Era tudo tão simples, caminhar, ir em frente. Fluía como música, cada nota em seu lugar, melodia de gaita e violão.
Despertei com ela ainda tocando e nunca desejei tanto entender de música para não deixá-la prisioneira em meu sonho. Soou pelo resto do dia e está aqui comigo agora. A esperança é que essas palavras possam ajudar a adivinhar um pouco da alegria boba que ela me trouxe.

Feliz Natal para todos!!! Que essa melodia invada o dia de hoje e todos os outros dias que se seguem, fazendo mais alegre e colorido o caminho diário de cada um!

12 dezembro 2009

Direitos e deveres

Muito se fala sobre igualdade, é igualdade pra lá, igualdade pra cá. Igualdade de direitos. Negros, mulheres, deficientes, “pobres”, gays, é infindável o número de grupos buscando tal “liberdade”, seja ela para que for.

Concordo que todos merecem oportunidades iguais, tratamento se não igual, semelhante e jamais perder liberdade por algum fator genético ou uma escolha “diferente”. Então, muito se fala sobre igualdade do direito, mas pouco ouço sobre igualdade do dever.

Firmo-me, primeiramente, num exemplo muito claro que são os tais “bolsistas” (bolsa família e afins). Enchem a boca para exigir uma ajuda mensal, afinal precisam e os convêm como direito, mas “coçam saco” na hora do seu dever de TRABALHAR. Fácil exigir, difícil é merecer.

Aposentados

Os aposentados, no entanto, trabalharam arduamente, cumpriram dois deveres, o de trabalhar e o de pagar para que um dia pudesse usufruir a tão esperada aposentadoria. Todos, ou pelo menos a grande maioria deve conhecer a situação atual dos nossos aposentados. Bolsas rolam por aí, incentivo à vagabundagem é o que não falta, mas a quem a vida toda trabalhou não dão um mísero reajuste, e seus salários, muitas vezes único meio de sustento diminui a cada ano.

A indignação é evidente, afinal muito se cobra sobre direito. É direito que não acaba mais, até quem mata tem direito, quem estupra tem direito, mas cadê o chamado dever? “Dever em primeiro lugar” é o que escuto desde minha infância, porém poucos parecem conhecer isso. É injusto, é revoltante. Tudo bem, o bandido tem redução de pena, agora o aposentado tem que brigar com unhas e dentes para um pequeno reajuste. Que país!

Chuvas

É complicada a situação, para enfrentar a natureza precisamos de governo e população. Aqui no sul a coisa está bem complicada e tenho certeza de que lá pra cima não é diferente. Apesar de onde moro não estar sendo atingido por nada de mais sinto pelos que estão. É uma gente que pouco pode fazer, mas o pouco que podem, acho que não estão fazendo. Lugar de lixo é de lixo e não entupindo bueiro.

04 dezembro 2009