23 abril 2009

Quase um editorial..




Com tanta informação, com escritores, colunistas e jornalistas escrevendo sobre diversos assuntos, sobre o que muitas vezes nem imagino em jornais, revistas e na internet, as vezes me pego pensando “em que um simples estudante poderia acrescentar?”. Não sei no que poderei acrescentar, nem mesmo sei se um dia terei ao menos um leitor cativo, mas sei que de alguma forma estou ajudando a construir algo novo, estou encorajando mais pessoas a deixarem de figurar apenas como platéia e começar a fazer parte (mesmo que pequena) de todo o processo, pensando a sociedade e agindo sobre ela.

Começamos com o projeto do subestação com essa idéia básica de “mostrar a cara”, para assinar nossas opiniões foi preciso coragem, afinal textos não são como palavras que podem ser desmentidas, uma vez publicado na rede não há como voltar atrás e sempre haverá alguém para dizer “mas olha você disse isso nessa época”, no fundo isso ate me instigou, ficar encima do muro nunca foi a minha.

Quando mostramos as caras e demos à opção para que outras pessoas dessem suas opiniões, ( e talvez batessem em nossas caras) conseguimos criar então discussões, possibilitando o crescimento de ambas as partes, absorvendo diversos pontos de vista. Ai mora uma grande diferença com relação a outros tipos de mídia, a internet é por natureza mais democrática é um meio de comunicação mais barato e com menores restrições.

Tentamos compreender a realidade em volta a fim de escrever melhor, um blog acaba criando mais leitores do que escritores, um país de leitores é um país em que mais dificilmente se proliferam as injustiças, o cidadão se torna consciente de si e de seu lugar na sociedade, podendo assim se defender melhor, e no fim o objetivo é esse apenas, o de defender-se de tudo que não depende da nossa ação direta. tudo elhor, e no fim es, se connseguirmos nó se conseguirmos normar um leitor estaremos  viemos, para mostrar a cara!o uma conduta erente e isso gera vontade de ler, de se

Os blogs tem esse caráter, essa essência mágica de dar animo, de dar vontade, de te colocar em uma situação de construtor, formador de opinião. Criar uma obra nova e tentar melhorar a cada dia, e como se te perguntassem "o que você deixará para o mundo ?"

Por essas e outras existe o subestação, não estamos aqui para ter medo, não estamos aqui para "catequizar" seguidores, estamos aqui para cada dia mais estarmos próximos do que se possa chamar de cidadãos conscientes.

15 abril 2009

Quanta banalidade!

O termo Banalidade do Mal apareceu pela primeira vez em um contexto nazista, na obra de Hannah Arendt, "Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal". Contudo, Arendt não elaborou um conceito para o termo citado, apenas concluiu sobre a falta de profundidade e a ausência de enraizamento das razões e das intenções do indivíduo. O que torna o homem tão perverso?

No livro citado, o mal aparece na figura de Eichmann, um homem de pouca inteligência, com uma personalidade marcada pela incapacidade de pensar para além dos clichês e pré-disposto à obediência a qualquer voz imperativa. Hitler, no caso. Nesse contexto de deterioração humana dissolvem-se os parâmetros de bem e de mal, de certo e de errado, de justo e injusto. O homem não pensa e não julga, só age, indiferentemente, como um instrumento do mal, ou seja, nessa situação extrema e perversa o homem é, ao mesmo tempo, vítima e instrumento do mal. Logo, Eichmann é facilmente identificável: é reflexo meu. É a minha hipocrisia. É a minha banalidade gritada. É o meu não fazer nada. É a minha letargia.

E então, no Brasil contemporâneo, distante da realidade totalitária nazista, o mal existe e está em todo lugar. Por isso a banalização. Do criminoso ao Estado. Na dificuldade que tem as famílias e todos os segmentos socioeconômicos de transmitir conceitos éticos e sólidos. Está no binômio pobreza-violência. Está violência policial. Na corrupção. No sentimento de vingança privada quando o crime me atinge. Esse mal, de contexto atual e território definido (O Brasil) possui sim ligação com o mal descrito por Arendt (Alemanha nazista). Ambos surgiram em relação a um sistema, no qual todos os homens se tornaram supérfluos. Mas admitir que o mal que vejo ou que pratico pouco difere do mal de Hitler, é quase tocar em uma ferida. É dizer que sou assassino também. A minha perversão não é tão grave quanto à de Hitler! Não, não é. É pior: é tão Banal quanto.

Banalizaram o mal, em terceira pessoa, pois confortável é não fazer parte da crueldade instalada. Apesar de matarmos gratuitamente, friamente a sensatez todas as vezes que paramos diante do muro que isola o nosso bem-estar e procuramos resolver tudo, de crime a receita de bolo, com a própria violência. Violência por violência. Maldade! Aplicação consciente da Lei de Talião. E é aí que o perigo mora. E é aí que o mal banal se instala. Por aí acontece a barbárie, já que a justiça não é feita a contento. O capitão Nascimento é o melhor que podemos esperar dos nossos policiais? Pouco me importo se Dantas é preso ou não? Os Nardoni merecem pena de morte? Nesse ponto some Direitos Humanos, a moral, a democracia e tudo quanto é conquista. Ao final, olho por olho e dente por dente nada mais é que inevitável.

09 abril 2009

Grandes amigos americanos...

Pois agora nosso presidente ganha mais um companheiro.


Na reunião do G20 há alguns dias, surpreendo-me com a exaltação de Barack Obama com relação a Lula. Em meio aos cumprimentos, Obama solta os seguintes elogios: “This is the man...I love this guy!The most popular politician on earth...it’s because his good looks!”.


Muito elegante por parte dele. Agora pergunto. Por quais motivos Obama “puxaria o saco” de Lula de tal forma? Será que a popularidade do nosso atual presidente não tem fronteiras? Com certeza não é esse o motivo.


Como o presidente dos Estados Unidos proferiu: “The most popular politician on earth...it’s because his good looks!”, e realmente este é o nosso presidente, consegue agradar a todos, com seu passado de “trabalhador”, vindo da pobreza, político do povo, conquista muitos aliados, e esta popularidade é benéfica para quem fica do seu lado.


O Brasil, apesar de ser um país de terceiro mundo, com muitos problemas, ainda é melhor que a maioria dos irmãos sul-americanos. Deste modo, muitos deles dependem de nós, precisam do Brasil para “sobreviver”, sem contar que Lula é muito bem visto pelos presidentes “companheiros”.


Os E.U.A nunca tiveram uma relação muito amigável com os países sulistas do continente americano, e agora com seu novo presidente, sabiamente procuram atalhos para buscar esta “aliança” e finalmente serem bem-vistos por todos. A popularidade do nosso presidente é uma forma muito simples de Barack Obama iniciar uma “amizade” com muitos países sul-americanos. E com certeza ficar contra o presidente Lula não seria inteligente (mas também não precisa puxar o saco, ou precisa?).


Bom, acredito que Lula fará bom proveito desta amizade que está se consolidando, apesar de muitos defeitos, ele sabe ser um bom político, e conquistou um homem muito importante, em todos os sentidos no mundo. Só espero que não fique de “bola cheia” e estrague tudo, de uma forma ou de outra. Veremos em que fim isto vai dar.


Falando nisso houve outro rumor equivocado. Quanto a foto tirada no mesmo encontro, na qual Lula senta ao lado da rainha Elisabeth, muitos pensavam: Olha, a popularidade dele chegou até a monarquia. Pois, como já citei, foram pensamentos equivocados. Tem-se por “regra” que o chefe de um país com mais tempo de mandato sente ao lado da monarca, e não é escolhido a dedo quem mais a satisfez. Ou seja, o motivo de orgulho para os esquerdistas que se gabam pela popularidade do presidente pode baixar, pois tudo isso aconteceu apenas para seguir o protocolo.


Para quem lê este texto hoje, pode perceber que não tenho muitas queixas do nosso presidente, pelo contrário, ainda o elogio, mesmo que de forma meio acanhada. Mas não pense que as críticas acabaram. Apenas o cansaço me consumiu. Difícil repetir sempre as mesmas coisas, às vezes devemos usar o pouco otimismo que temos para diversificar, para que deste modo, as forças sejam retomadas, e no dia seguinte todo o pessimismo possa ser revelado novamente. A minha essência pessimista não acabou, então termino os tranquilizando. 

02 abril 2009

Propriedade ?

Dia atrás, necessitava fazer cópia de um determinado livro. Dirigi-me a uma fotocopiadora, não poderiam copiar para mim em respeito às leis de direito autoral. No entanto, fui informada que em outra unidade da mesma empresa a cópia poderia ser feita sem problemas.
De acordo com a legislação vigente, eu poderia sofrer punições se comprasse a cópia do livro, essa empresa também, juntamente com milhares de outras pessoas (provavelmente inclusive você leitor) que diariamente disponibilizam, compartilham e baixam músicas, vídeos, filmes, copiam livros e inúmeros conteúdos “protegidos” por direitos autorais e leis de propriedade.
Somos mesmo todos criminosos? Pela lei, sim. Mas, e se olhássemos por outro ponto de vista? Quando tais leis foram criadas a realidade era bem diferente da atual, os meios para a produção e difusão de idéias eram outros, mais caros, mais demorados, menos acessíveis. No entanto, hoje esses mesmos conteúdos se encontram a um clique, praticamente sem custos para quem possui um computador conectado à internet. Ainda faz sentido esse tipo de lei? Uma lei adequada a outros tempos e que ignora toda as mudanças dos últimos anos? Deve-se respeito à lei apenas por ela existir ou deve-se observar o contexto e ver se sua aplicabilidade é possível? Enfim qual é a validade de uma lei, pode-se dizer, simplesmente “caduca”?
Apesar das indagações, circula um discurso de combate à “pirataria”. Discurso sustentado, claro, com a ajuda de grandes corporações que obtém altos lucros e temem desmoronar se a lei for modificada e flexibilizada (Vejam o caso do fim da comunidade discografias no Orkut, em link abaixo). Muitos acabam por adotar tal discurso. Mas qual o benefício para nós, pessoas comuns que não detemos nenhum direito autoral que nos renda milhões? Talvez a esperança de um belo dia nossas produções valerem o mesmo. Será? Vejo mais vantagem em flexibilizar um pouco os direitos e permitir que um maior número de pessoas tomem conhecimento do que você faz, principalmente com a ajuda da internet.
Todo o exposto acaba levando a outra discussão mais ampla: a forma como tratamos as idéias, informações e conhecimento. Podem eles ser tratados como propriedade? Principalmente agora, com todos os meios de produção e reprodução facilmente ao alcance? Pensar nisso parece estranho, uma afronta aos valores de propriedade incrustados há séculos. No entanto é necessário, mesmo que incomode a alguns.
Diante desse quadro vai surgindo, aos poucos, maneiras diferentes de pensar e agir. Não utopias inatingíveis, mas soluções viáveis. Para exemplificar, qual é hoje a maior enciclopédia do mundo? Com atualizações diárias e versões em vários idiomas? A Wikipédia, feita por milhares de voluntários, não é de ninguém ao mesmo tempo que é de todos, e qualquer um pode contribuir para modificá-la e melhorá-la. O mesmo se aplica aos softwares livres, tão bons e úteis quanto qualquer versão comercial. Em alguns países já surgiram partidos piratas, com a proposta de modificar a legislação caso tenham representantes eleitos.
Reflita sobre o assunto, porque querendo ou não, tem a ver com você que já deve ter baixado uma música, copiado um livro, feito pesquisas na Wikipédia...
Links úteis, complementares e interessantes sobre o assunto tratado:
http://comunidade.cdtc.org.br/ (cursos online gratuitos sobre softwares livres)
http://www.creativecommons.org.br/ (licencie suas obras pela Creative Commons)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Pirata (página da Wikipédia sobre o movimento dos partidos piratas)
http://www.partido-pirata.org/ (página de discussão sobre um possível partido pirata no Brasil)
http://www.overmundo.com.br/estaticas/sobre_o_overmundo.php (Overmundo - cultura compartilhada)
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=73270209&tid=5313451162040608029 (sobre o fim da comunidade discografias no Orkut, que disponibilizava links para downloads de músicas)