28 março 2010

Justiça popular ?

Esta semana devido á falta de tempo, demorei a postar e agora o que coloco aqui não é bem um texto, só uma reflexão.
Estava pensando, se dois caras brigam em um bar e um fere o outro com uma faca, e em decorrência do ferimento o que se fere acaba morrendo, de que modo direto um acontecimento assim vem interferir na vida de outras pessoas que não tem nenhuma relação com os envolvidos na briga ?
No caso que foi julgado esses dias da Isabela, de modo direto, em que ponto esse acontecimento interferiu no funcionamento do estado ou ô feriu ? Qual a necessidade de crimes contra vida serem julgados pelo júri popular, visto que na maioria das vezes esses crimes ocorrem por causa de richas pessoais ?
Como eu disse esse post e só uma reflexão, depois quero postar um texto mais conciso e com opiniões mais fundamentadas, mas antes de terminar deixo o cerne da minha opinião : Considerando o estado um bem público do qual todos fazem parte, os júris populares deveriam existir somente quando os crimes cometidos fossem diretamente contra o estado, ou seja, contra o povo.
É evidente que quando uma criança é cruelmente assassinada por aqueles que deveriam ama-lá e protege-lá isso fere a moral publica, mas nem por isso deixa de ser um crime “particular” materialmente falando. Quando um governador rouba os cofres públicos ou um grande empresário sonega impostos, ai sim há uma ação direta contra o povo, e ai sim, cabe chamar um júri popular. Afinal foi o dinheiro de todos que foi roubado, o estado não deveria confundir ética com moral, esse show criado a partir desse julgamento foi muito mais para suprir nossas indignações cristãs do que para garantir o bom funcionamento da maquina publica.
Isso é uma farsa, um ataque a ideia de democracia e de justiça que custou muito caro a todos nós, só para no final das contas o óbvio ter acontecido.

19 março 2010

Herança maldita...

Não é fácil tomar as rédeas de um país com os “cavalos” em movimento. Apesar de todo o esforço que um presidente possa oferecer para endireitar os erros anteriores, sempre terá algo que ele não fez, mas que levará a culpa. Em contrapeso aos lados negativos de tomar posse com um antigo governo que não tenha sido de todo bom, há sempre os pontos positivos – esses sim bem aproveitados – que um governo atual pode levar pelo anterior. É de indignar quando em alguma discussão política as pessoas comparam o governo Lula ao FHC, tomando por parte as ações de Fernando Henrique como se fossem de Lula.

Apesar da minha memória curta com nomes, datas, siglas e outras coisas mais, lembro-me muito bem de há um tempo ter visto em algum meio de comunicação um artigo baseado em fatos – diferente do que muitos dos defensores do atual governo fazem – sobre como as ações de FHC continuam resultando em pontos positivos para nosso Brasil, ainda hoje. A maioria das pessoas que me conhecem, sabem o desprezo que tenho pelo nosso atual presidente – governo -, mas não estou aqui apenas para falar mal do mesmo, afinal jamais proferi uma palavra contra o seu excelentíssimo sem que os fatos estivessem ao meu favor. Realmente o crescimento do Brasil é evidente, não quero tirar isso do nosso povo, mas falta percepção para a maioria perceber é que o crescimento é “normal”. Nada mais lógico que o país hoje, esteja – em alguns pontos – mais avançado que na época do FHC, mas agora volto para o tal artigo que citei antes. O texto, cujo meu esquecimento não deixa lembrar mais detalhes, representava em números o crescimento que o Brasil tinha no governo passado, e o que tem no governo atual. Pois bem, como já era de se esperar – pelo menos para quem não possui nenhum fanatismo esquerdista – os avanços são constantes, o mesmo crescimento que tínhamos no nosso “ex-governo” temos hoje.

Como um gaúcho, preciso me prender a usar exemplos do meu estado. Nossa atual governadora – Yeda Crusius – sofreu e sofre até hoje diversas críticas vindas de todos os lados. Há um tempo economistas diziam que o RS era um caso perdido que jamais conseguiriam contornar o seu estado econômico, passamos pelo governo de Olívio Dutra que infelizmente terminou de quebrar o estado e depois por Germano Rigotto. Enfim chegou Yeda, uma economista de mão cheia que não tardou a tomar providências eficazes para “ajeitar” o Rio Grande. Porém a grande oposição não leva em conta o déficit zero que a governadora conseguiu alcançar, e apesar da visão pessimista de outros economistas e estudiosos, o gaúcho pode finalmente ver seu estado num recomeço. Embora seja difícil manter o foco, não estou aqui para defender um governo ou outro, estou para destacar a falta de memória do brasileiro – e não é uma falta de memória como a minha que pouco importa –, a falta de percepção e de reflexão desse povo e a facilidade com que são manipulados. Ao invés de analisar dados concisos para chegar a um “veredicto”, o povo engole qualquer notícia negativa ou positiva que os é apresentada, tudo seguindo apenas sua ideologia sem nenhuma percepção lógica.

Falta razão e sobra emoção na hora de decidir por um candidato, falta analisar os fatos passados, afinal olha onde está Collor, Sarney e tantos outros. A verdade está escancarada e nada se faz, isso é fato. As pessoas tendem a lembrar o que acontece hoje e ligar diretamente ao primeiro que conseguem, não pensam se aquilo não seria culpa do governo passado – que talvez venha a ser seu governo futuro -, é uma falta de vontade, me parece. Num país onde o povo vive que nem cavalo em desfile de sete de setembro – cagando e andando – não podemos ter nenhum tipo de esperança. Pena eu tenho do governo que sucederá o atual – agora falando em âmbito nacional – se Dilma levar tudo bem, as tramóias continuarão a ser escondidas; o “furo” na economia dificilmente será revelado, tudo ficará supostamente bem, mas se Serra – partindo do pré-suposto que ele será o candidato – chegar ao tão desejado cargo político... Só espero que a culpa de tudo que vem a se revelar nos próximos anos seja ligado ao governo Lula, se forem revelações positivas, maravilha – viva o Lula! –, agora quero ver quem o irá criticar quando muita coisa aparecer. Aposto que em muitos anos estará “escorado” em um cargo tendo ou não estragado com o país. Pior que a herança que ficará pra o próximo governo apenas a herança que Sebastian Piñera levou de Michelle Bachelet – não que os tremores tenham sido sua culpa, mas que pepino.

Fica de aviso, para pensarmos mais e analisarmos os fatos ao invés de sair falando a primeira coisa que nos é exposto. Ser um bom político é uma coisa, outra coisa completamente diferente é ser um bom administrador. Vejo Lula como um ótimo político, sem precedentes, populista, comparável a Getúlio, agora de administrador pra mim não tem nada, veremos nos próximos anos o quão errado estou.

18 março 2010

Uma Sugestão

Aproveitando que recentemente foi dia 8 de março e que esse ano faz 100 anos da instituição dessa data, deixo a sugestão do blog Feminista: http://feminista.wordpress.com/.
Não se trata de um blog atualizado frequentemente. Na verdade é como uma biblioteca digital, com links para download de várias obras que pensam a condição da mulher, desde as mais clássicas até as atuais.
Acredito sim, que mesmo com todos os avanços, ainda é necessário pensar e repensar sobre tal assunto, seja você homem ou mulher, pois nossa sociedade ainda se encontra permeada de muitas idéias machistas.
Fica a sugestão!!

14 março 2010

Pobre X Midia

É engraçado como os canais de teve confundem mídia com democracia, como se democracia fosse fazer o que se imagina nos canais abertos não importando a hora e nem os direitos do cidadão, esses mesmos canais que não exibem programas populares mesmo funcionando por concessão do estado como verdadeiras empresas particulares.
Conceito de democracia é algo interessante de se debater, pois sendo a democracia quase uma utopia em uma realidade como a nossa, ela acaba usada como contraponto ao direito do outro em função da defesa do pretenso direito de toda população. Isso é o que se vê na mídia hoje, em defesa do direito de mostrar toda e qualquer informação, a mídia age contra aqueles indivíduos que não tem noção mínima do poder de utilização da sua imagem pelos canais. O sujeito acaba acusado e julgado pelo publico antes que qualquer sentença seja proclamada contra ele.
Fico imaginando qual a melhoria para a sociedade é promovida quando um acusado de qualquer crime é ridicularizado em programas policiais, programas esses que se tornaram o novo vírus da hora do almoço. Em todo estado que visito há um programa no estilo “chumbo grosso” no mais baixo nível possível, utilizando de palavras de baixo calão e de ofensas contra os “bandidos” pegos, que em sua maioria são pobres sem a mínima educação, excluídos, utilizando verdadeiros trapos como roupas e muitas vezes com as marcas visíveis da violência policial.
Já deve ter alguém dizendo que estou defendendo assassinos, estupradores e ladrões, não é isso, e quem faz esse tipo de interpretação pode parar de ler agora caso não esteja propenso a pensar de uma forma diferente. E sim... Não estou mesmo querendo ponderar nada, nem a ação da policia nem os canais de teve, pois é uma tolice das maiores acreditarmos que “violência educa”. Não precisa ser pedagogo e nem sociólogo para ver que nos tempos em que o estado praticava agressões e torturas institucionalizadas, mergulhamos em nossa maior desigualdade social.
A mídia da ditadura é a mesma que hoje defende a democracia, e os seus programas são os mesmos que expunham de forma ridícula os ladrões de periferia.
Salvo raras exceções como a cultura ( e olhe lá), os demais canais são grandes representantes de correntes políticas, e sendo assim defendem posturas nacionais de um ou outro partido ( ou igreja ). Nos estados e municípios ( fora do eixo Rio - são Paulo ) as produções locais são voltadas a noticiários que informam acontecimentos corriqueiros que não desestabilizam o poder vigente, se isso tiver de ocorrer será feito em rede nacional, para que nenhuma besteira seja cometida pelos provincianos jornalistas de cada comarca.
Quando a grande população assiste então os ancoras locais criticarem duramente o estado de forma genérica e os “bandidos” de forma declarada, acham que estes “comunicadores” são verdadeiros heróis populares, não percebendo que sua critica ao estado é do cunho do senso comum, não sendo direcionada de forma alguma ao administrador competente.
Os exemplos são inúmeros de questões que não são discutidas em âmbito local, Goiás mesmo é cheio de grandes “segredos” como a divida publica que Marconi arrumou para o estado, a obra inacabada do centro cultural Oscar Niemeyer, a cara de amnésia alcoólica de um certo governador e o dinheiro monumental gasto com propaganda dentre outras coisas, pra não falar dos prefeitos e vereadores ladrões indiciados pelo MP sem que sejamos informados.
Nada disso é levado a fundo, só é mostrado quando não há como não mostrar, até porque o governo é quem financia a mídia, se não fossem as propagandas governamentais os veículos não conseguiriam se manter só com a iniciativa privada, e isso não sou eu quem diz, são os próprios canais.
Ou seja, quando um preso é criticado e humilhado, é para que nossa atenção saia do primordial e vá para o secundário, alem é claro de aterrorizar o cidadão dando fundamentação a discursos de repressão, o que convêm muito aos poderosos que tem alguma coisa para ser roubada, diferentemente da maioria do povo. Sem falar na oposição educação x segurança. É muito mais vantajoso para um político caminhar pelo argumento da segurança que pelo argumento da educação, pois educação demora a dar resultado e ninguém quer saber de pobre consciente e educado, somente de pobre que não rouba e respeita o patrão e é claro que não reclama de ônibus, de posto de saúde etc.
Por isso é preciso filtrar o que vemos por ai, com nossos posicionamentos alienados colocamos muita gente na cadeia e pouca gente na escola, é hora de lembrar que Brasil queremos, se é o país democrático ou se é um país alienado e controlado por poucos.
Vale lembrar que em Goiânia há um jornalista que á todo o tempo critica “ o pessoal dos direitos humanos” e a medida que isso continua, vamos criando um estado policial de repressão. Outro ponto é que dois terços da população carcerária hoje podia estar solta ( segundo um respeitado criminalista). Espero que não seja preciso alguém próximo estar preso para que mudemos de pensamento, embora isso não aconteça, pois só pobre vai preso no Brasil, e se você ao menos lê esse blogue já não é do tipo de perfil que tem parentes presos, só pelo fato de ter acesso a um tipo alternativo de mídia. É preciso pensar diferente e parar de abaixar a cabeça para á barbárie, refletindo quando ouvimos falar de democracia pela boca de quem mal sabe apresentar um jornal.

Obs, Postei sem fazer muitas correções, caso encontrem erros me mandem um e-mail, ou deixem um comentário.

Obrigado mais uma vez,

12 março 2010

Infelizmente são fatos reais...

Há alguns dias o stress tem tomado conta de mim. Para muitos tal incômodo se faz pelas tarefas corriqueiras, grande número de preocupações ou outros motivos mais ‘abstratos’. É com grande satisfação e raiva que cito o nome da minha raiva: atendentes da “Oi” e “BrTurbo”. Desculpem-me àqueles que se sentirem atingidos, mas preciso ao menos esboçar uma reação contra a calamidade que essas criaturas tornaram minha vida. Com seu ar de convicção, mesmo sabendo que não passam de respostas previamente decoradas, tentaram me irritar a todo custo – e conseguiram –, mas minha teimosia e apreço pelo dinheiro de cada dia não me fariam desistir.

Tudo começou em janeiro deste ano, quando tentava – a todo custo – baixar o valor pago ao provedor. Sempre fui contratante – não me considero cliente jamais, porque o que fazem comigo e com tantos outros não se faz nem ao mais chato dos ‘clientes’ – desta empresa, me adaptei bem ao provedor, mas de uns tempos para cá, achei de mais o valor de vinte reais que me cobravam pelos seus serviços. Foi então que entrei em contato com a “Oi” para assinar seu serviço de provedor, afinal a empresa já é responsável pelos meus serviços de fixo, móvel e internet. Pois bem, um valor bem abaixo daquele que eu pagava à “BrTurbo” me foi ofertado (três reais e noventa e nove centavos!), mas nada é tão bom quanto parece e nem tão ruim a ponto de não poder piorar. Ao contratar o plano, entrei em contato com minha “antiga” empresa de provedor para cancelar o serviço, foi ai que obtive uma oferta ainda melhor e que evitaria a dor de cabeça da mudança – isso é o que queriam que eu pensasse.

Meus passos seguintes foram “simples”. Uma dor de cabeça aqui, outra ali, mas nada de mais. Quando me dei conta já havia cancelado o plano recém contratado da “Oi” (tudo isso dentro do prazo legal) e fechado o valor certo (três reais e noventa e nove centavos) com a “BrTurbo”. Dois meses depois, estou aqui, relatando a pior rixa entre esse que vos fala (escreve?!) e as “bam-bam-bans” da telefonia e internet. Pois então, após esses “simples” passos, tenho grandes surpresas nas duas contas próximas, relativos ao mês de fevereiro e março.

Fevereiro: a “BrTurbo”, diferente do que a atendente me ofereceu, a cobrança de vinte reais e noventa centavos continuava ‘ativa’ na minha conta; já a “Oi” me cobrava o serviço do provedor – o qual havia sido cancelado . Novamente passo horas (sem exagero, foram H-O-R-A-S) de tormento e zumbido no ouvido para resolver os problemas. Tudo resolvido, finalmente! – ai que vocês se enganam, pois os atendentes passam horas árduas de treinamento para que nós, reles mortais, desliguemos o telefone com a falsa ilusão de solução, de satisfação.

Março: após o tormento de fevereiro e a retificação da conta, imaginei que março seria um mês tranqüilo, longe de qualquer voz irritante no telefone, longe de números de CPF, protocolo e tudo mais – novamente a falsa ilusão falando. Alguns dias após ter pagado a (nova) conta referente a fevereiro, chega a do mês três (março). Para minha surpresa – nunca param de me surpreender – além da cobrança da “BrTurbo” de vinte reais e noventa centavos, ainda havia uma multa de quarenta e cinco reais e oitenta e um centavos cobrada pela “Oi” pelo cancelamento do serviço, sendo que o mesmo foi feito dentro do prazo legal!

Mais algumas horas – mentira, MUITAS; foram MUITAS horas – com o telefone na orelha e hoje: dia doze de março de dois mil e dez, acredito ter resolvido meu problema. Foram dois meses para que a solução chegasse, mas nada me garante que mês que vem não receba uma conta cheia de “enganos” novamente. Tirei algumas conclusões que já ouvira por ai, mas muitas vezes pensei ser exagero. Esses filhos da PUTA – isso ai, pra todo mundo ler – não pensam; não são treinados para atender e satisfazer o cliente com uma solução ágil, mas o treinamento se volta para irritar o cliente até que ele decida pagar sem reclamar; pro final eu deixo uma sugestão: seria possível algum homem-bomba se infiltrar entre essa gente? Seria um sucesso. Deixo aqui minha declaração, mesmo sabendo que não vai fazer diferença alguma.

P.S.: Para não me estender muito, deixei de lado a citação que tive um dos celulares que está dentro do plano Pluri da “Oi” roubado. Como meu chip era da antiga “BrasilTelecom”, a loja não poderia resolver meu problema, sendo assim: 10314 ai vou eu. Estou perto de ter que ligar pela terceira vez para aquela merda, pois não há jeito de pagar o tal chip para recebê-lo. É foda, infelizmente aqui não há concorrente, logo nos rebaixamos a agüentar o mau-trato que recebemos.

04 março 2010

CEPAE-UFG

É engraçado como certas coisas nunca nós abandonam, nascem com a gente e por mais que se tente deixa-las de lado, elas continuam lá, só esperando o momento exato para serem despertas.

Quando ainda nem fazia ensino médio já participava do grêmio estudantil do colégio de aplicação, um dos grêmios mais atuantes na época, importantíssimo na luta por melhorias do transporte coletivo e na defesa não só dos interesses cotidianos dos alunos (melhoria no lanche, melhoria dos horários, abertura para participação nos conselhos finais dos representantes de sala etc) como também do ensino de qualidade e da escola publica como um todo.

Adquiri muita experiência nesse tempo e conheci pessoas ótimas, mas como nem tudo são flores fui me desiludindo aos poucos, perdendo minha esperança e aumentando a desconfiança, não eram poucos os que me chamavam para partidos políticos e tentavam me doutrinar e eu... Eu detesto doutrinas!

Durante o ensino médio deixei o movimento de lado, queria fazer de tudo para me preocupar só comigo e assim ser mais feliz, meu mundo se reduziu aos meus interesses estreitos, e assim as coisas foram seguindo muito bem, embora meu sangue não fervesse mais, os debates, assim como minhas revoltas não ultrapassavam a porta das salas.

Mas como já disse no inicio, certas coisas são inerentes a alma, e sempre que havia eleição para representante de sala eu era eleito como suplente (mesmo que algumas vezes sem querer entrar) e isso não era coisa de nerd, acreditem se quiserem, o cargo de suplente era ótimo, funcionava como uma espécie de advogado da sala. O representante tinha lá suas funções que não me lembro quais eram, mas ambos ( o suplente e o representante) podiam participar dos conselhos, ver a nota de cada aluno e opinar.

O sistema do CEPAE- UFG (centro de ensino e pesquisa aplicada a educação - universidade federal de goias ) era de uma avaliação conjunta, nenhum docente dava a nota sem consultar os demais, e era ai que eu entrava, defendendo os mais ferrados da sala, às vezes até mesmo inventando historias, o argumento porexemplo de que o aluno tinha problemas na família sempre dava certo, amolecia até os mais rigorosos professores.

Assim ajudei a passar muitos colegas, quebrando sempre um código de ética idiota que não nós permitia contar o que acontecia nos conselhos, mas isso não me importava, afinal estava ali para isso, na função única de representar quem não podia participar de escolhas que poderiam mudar suas vidas.

O tempo foi passando e agora estou no direito, após três anos de um curso de audiovisual, por mais que eu tenha tentado me animar para o curso, faltava algo. Era porque não tinha jeito mesmo, acredito que nasci para o direito e agora na faculdade me encontro com colegas rebeldes do tempo de CEPAE, vejo minha identidade novamente como nunca vi no audiovisual, entrei para um grupo de discussão política como nos velhos tempos de escola e meu sangue ferve na vontade de ser útil a alguém, de ser representativo na mudança mínima que seja dessa sociedade desigual, é o que me move e me alegra e embora esse blog não seja um “paginas da vida” pois a ideia é contrariar com essa perspectiva de só falarmos de nós mesmos, eu deixo aqui uma parte da minha história pois é uma historia mais da escola publica e gratuita que formou os cidadãos pensadores do colégio de aplicação do que a minha vida propriamente dita.

É isso, vamos ser nossas profissões, achar nossos lugares, e dentro disso fazer o melhor ! Caso estejamos em abismos da ignorância onde a discussão política é vista como fanatismo, como conduta abominável, não nós deixemos esmorecer pois é esse o intuito dos que não pensam, dos mantedores dessa estrutura sem lógica! Lembremos sempre do nosso lugar de origem e dos nossos espíritos, porque eu sei... Sou e sempre serei um filho do CEPAE e meu único arrependimento foi não ter sido mais atuante quando estava por lá, mas agora após três anos vejo de novo meus camaradas e volto ao mundo da discussão e do pensamento.