27 março 2009

Burros por excelência



Índices de analfabetismo, crianças mortas ao nascer, fome, desemprego, tráfico, são as manchetes diárias do submundo que parecem ser tão distantes do cotidiano daqueles que as lêem, lemos então noticias dos que não sabem ler.

De tão imersos em uma mentalidade arcaica e aristocrática reforçamos ao longo dos séculos a eterna dependência estrangeira, talvez porque sempre quisemos estar próximos do luxo e da pompa, negando as raízes da terra. Não é a toa que em um país de maioria afro-descendente apareçam nas novelas galãs altos, claros e dos olhos azuis, o público gosta de se identificar com algo que não lhe pertence, preferimos o estrangeiro a o nacional, foi o que Tarsila tentou dizer com o Abaporu mostrando que o estrangeiro deve ser digerido e enquadrado na nossa realidade, e não apenas reproduzido.

O sentimento aristocrático português, que condenava serviços manuais e sustentava a boa vida da aristocracia, ainda está presente no Brasil. O que vemos até hoje é o sub-julgamento dos trabalhos ditos menos importantes e a elevação das funções consideradas nobres, como política, medicina e direito. Sendo tutelado pelo estado um alto padrão de vida para quem executa essas funções “superiores” nos órgãos públicos.

Por esses e outros pensamentos extremamente alienados, digo que a classe média é burra por excelência. Burra porque acredita estar mais próxima do high-society e distante do “povão”. Essa classe vota junto com os magnatas reproduzindo assim suas ideologias, é a classe que tem medo de perder tudo e que na verdade não tem nada, acreditando estar bem longe dos reflexos do sub-desenvolvimento, já que não passam fome, tem hospitais bons para os seus filhos e costumam ter um carro na garagem.

Tentar mudar algo pelo caminho da sensibilização e consciência de nacionalismo tem se mostrado uma tática de pouca ou nenhuma eficiência. A mudança só começa aparecer quando os formadores de opinião são atingidos pelos problemas, os oprimidos não têm voz, e mesmo que quisessem falar repetiriam os discursos de seus patrões, levando em consideração que a formação política vem de uma boa base educacional.

Sendo assim, a forma de conseguir a mudança não vem de murros em ponta de faca, que sempre reivindicam e mostram os mesmos flagelos desde que nos entendemos por Brasil. O mais inteligente seria então mostrar pra essa classe burra (da qual faço parte) o quanto ela é afetada por esses vícios estatais, assim veria que carrega junto com o resto da população a “nobreza” que sempre almejou.

Se parassem pra pensar por alguns minutos nos gastos exorbitantes com o governo e o beneficio que tem em troca, perceberiam logo que perdem todos os anos uma pequena fortuna, com impostos onerosos, burocracia e mau funcionamento da maquina pública, alem de gastos com seguros, previdência privada, juros etc. Notariam que o automóvel do ano que tem é na verdade um elefante branco, que em outros paises valeria a metade do preço e teria o dobro do conforto. Notariam que se as escolas fossem melhores não gastariam com ensino privado, e no final de todas as contas chegaria a conclusão de que estão sendo lesados dia a dia por corroborar com um discurso conservador, mantedor do um status quo de uma elite dominante da qual nunca fizeram parte e nem vão fazer.

12 comentários:

  1. Belo texto, poderia fazer JORNALISMO oq acha? Beijoos.

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  2. Bom texto, algumas divergências com meus pensamentos, mas na maioria igual as minhas ideias. Com certeza vou acompanhar teu blog. Aguardo novos textos. Se quiser dar uma passada no meu o foco é muito similar ao que percebi no teu. Abraços

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  3. Uma bela visão... não é à toa que eu admiro vc! Siga em frente...

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  4. Linguagem um tanto quanto rebuscada por demais. Mas belo texto. Tudo o que é médio é um saco, pois não se enquadra em nenhum dos dois extremos, mas se assemelha muito com os dois.

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  5. e infelizmente esse texto trata sobre nós msmos!!!
    =/

    obs: êee o patrese tb entro nessa de blog?? hauhauahhahuha

    Em breve posto um texto aki!

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  6. Ricardo seu texto tem um cunho de criticidade muito bom... Espero que siga em frente! vc tem boas idéias! :D

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  7. Entrou, convenci o Patrese a entrar tbem ;)
    escreve umas coisas legais, tem que fazer barulho ne, respondendo Israel, eu achava que tava senso comum demais uaai, vou prestar mais atenção no próximo
    ;)

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  8. Fato: O mundo está todo errado. O texto toca muito pontos aí. Posso até não concordar com algumas ideologias que o texto aborda, porém o ponto crucial para mim é a vontade melhorar o mundo. Afinal, ótimo texto. Continue com o trabalho. Abraços.

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  9. Entrei...

    \o

    Texto ai foi eu que fiz falei pro ricardo posta.
    kkkkkk

    gelow heim


    Fico muito bom o texto. \o/

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  10. Nossaa! Finalmente você arrumou um espaço para organizar toda aquela sua inquietação... fico feliz! Inclusive, tenho te achado até mais ameno após esse blog. Só falta falar do povo da sua sala agora... >D~~

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  11. Kkkkkkkkkkkkkk
    falo não, dexa as coisas pessoais pros lugares pessoais x)
    é, falar (ou melhor escrver) o que penso me faz melhor o/

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  12. Esse louro vai longe. Sucesso meu amigo!

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