13 novembro 2009

Obra de Zé Cesar (Professor da FAV-UFG)
A região da cidade onde moro (Região Norte de Goiânia) costumava ser traquila, frequentemente chamada de "roça", longe, outra "cidade", enfim, mas eu gosto do pouco trânsito, andar a pé, menos poluição do ar, sonora, visual, casas baixas, dava até pra ver uma paisagem legal dos prédios lá longe. Porém isso está mudando, a área parece ser agora a mais nova zona de expansão imobiliária. Os terrenos estão sendo terraplanados, grandes muros erguidos, belos folders publicitários distribuídos, stands de vendas montados. Um grande shopping será construído, o maior da cidade dizem, também está sendo construído um parque com bosques e lago.
Uma maravilha para alguns, a especulação está em alta, juntamente com o valor dos aluguéis. Outros estão exultantes: terão um shopping pertinho, comodidade para o consumo. Porém não pretendo escrever aqui nenhum desabafo já saudoso. As mudanças acontecem, prefiro me ater em como elas se dão e que rumos tomam.
O modelo parque, shopping, prédios e condomínios parece ter boa aceitação em Goiânia. Ao observar, pode-se perceber que outras regiões seguiram um caminho parecido. Claro, o shopping e o parque valorizam os imóveis, atraindo os empreendimentos imobiliários. O que me chama a atenção é como a iniciativa pública se confunde com a iniciativa privada nesse momento. Por que só agora a prefeitura está construindo um parque? Há tempos existem bairros e um número razoável de moradores na região. Se a prioridade fosse mesmo o bem estar da população esse parque já estaria aqui há muitos anos. Um indício de como o Estado muitas vezes prioriza mais os interesses privados ao invés de interesses públicos. Afinal após saturar outras áreas com prédios, as construtoras precisam de um novo local para continuarem a fazer o mesmo e, a fim de aumentar a lucratividade, nada melhor que elementos valorizadores como o parque e o shopping.
E assim, sucessivamente, a cidade cresce, cresce, cresce, até quando?

2 comentários:

  1. Pois é, isso gera uma indignação. Vivemos um caso muito parecido aqui em Gramado / RS, quando digo que é parecido falo isso pela expansão que a cidade está tendo. Aqui a qualidade de vida é boa , se comparada a cidades grandes, por exemplo. A vida é relativamente tranquila, mas temo que está expansão destrua o que há de melhor aqui. Apesar de, por exemplo, os prédios terem limite de tamanho, são inacabáveis as construções que se conta no decorrer da cidade. O crescimento é bom, mas está acabando com a paz e a tranquilidade de boa parte dos que aqui sempre viveram. A cidade cresce, mas pouco se pensa numa estrutura para a população, seria o mínimo.

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  2. é, complicado ne.. quando o estado realiza uma obra voltada pra população em geral o que é difícil no brasil pq os investimentos geralmente sao em isenção de impostos pra grandes industrias e tal, ficando o governo a serviço dos grandes capitais, ate quando isso ocorre há um interesse claro por trás, um tráfico de influencias =x

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