30 outubro 2009

Mais um problema desse lindo "rincão".

Tudo começa errado. No Brasil, de forma errônea, há o incentivo a natalidade, mesmo que indiretamente. A população pobre tem “pencas” de filhos visando os benefícios que receberão do seu querido e populista governo. São famílias sem estrutura e sem mínimas condições de indicar o caminho certo para a garotada.

Superpopulação, se ainda não chegamos lá, com certeza longe não estamos. Sem sombra de dúvidas temos muito território, mas pouquíssima estrutura. Não é de se estranhar a barbárie que nos deparamos todos os dias, estamos apenas colhendo os frutos de uma sociedade sem condições de se manter.

O futuro da nação

Que nossas crianças são o “futuro” é óbvio, mas não chegam nem perto de ser a salvação. As crianças são simplesmente o reflexo do âmbito que se desenvolvem, algumas apenas crescem, sem desenvolvimento algum. Uns não têm nada e optam pelo pior caminho, outros têm tudo, e ai nem preciso citar a perdição de quem não sabe o valor da conquista.

Falha da sociedade, do governo. Falta de interesse. Crianças burras torna-se-rão uma sociedade burra, sem questionamento, sem dúvidas, sem interesse nem curiosidade, apenas animais mandados, que acatarão tudo que lhes for proposto. Esse sim é um plano que muitos se interessam.

Planejamento

Nossa sociedade – lê-se Brasil – está perdida em meio ao caos. Não temos capacidade de planejar, de organizar. As coisas não funcionam, simplesmente se enrolam e se arrastam até onde é possível. Organização é a base do funcionamento de uma empresa, de uma casa, de uma família e seja qual for o segmento. Organização e planejamento, simples palavras que não são seguidas nem de longe por esse governo miserável que temos. Dá-se esmolas para todos sem a precaução para o dia que o dinheiro acabar, e este é apenas um exemplo dos inúmeros que podem ser citados.

O Brasil é um lugar bom de se viver, mas apenas para a classe de vagabundos que aqui já estão ou para quem já tem uma boa quantia de capital reservado. O “classe-média”, trabalhador, aquele que ainda não alcançou o auge do sucesso, mas ainda o busca aqui não passa de um bastardo ignorado por todos. Danem-se aqueles que não nos dão votos.

24 outubro 2009

Pintura de Magritte - Isso não é uma maçã


Imagine-se no século XVII, vivendo em qualquer região do Brasil, então uma colônia. Seu conhecimento visual se restringe ao mundo imediato, ao que você encherga todos os dias diretamente, poucas são as imagens. Você não consegue nem imaginar como seja a Monalisa, talvez nem saiba da existência desse quadro, não é fácil reproduzir e circular imagens. Se quisesse vê-lo teria que deslocar-se quilômetros e quilômetros até a Europa. Mas como é a Europa? Contam-lhe histórias, porém o máximo que você pode já ter visto é um desenho precário, um mapa, com muita sorte uma pintura.
Hoje, basta digitar Monalisa no Google, mas você provavelmente já a conhece, já a viu em algum momento, se quiser pode ter uma reprodução dela em sua parede. Pode ligar a televisão e assistir os últimos acontecimentos europeus. Pode assistir um documentário sobre algum país africano. Se eu disser Paris, uma imagem forma-se na sua cabeça, mesmo nunca tendo estado lá, uma imagem, quem sabe, nítida e fotográfica. Muito óbvio tudo isso, no entanto impossível tempos atrás.
Quantas vezes já não ouvi: "Ahh!! Esse filme mostra a realidade!" ou diante de uma notícia de jornal na tv: "Essa é a realidade!". Mesmo? Será que as imagens mostram a realidade? Discussão antiga, desde os antigos gregos e mais do que nunca necessária. Afinal grande parte do que chamamos realidade nos chega por inúmeras imagens, através delas conseguimos ter uma idéia geral do mundo, fato inexistente em outras épocas. Até mesmo na política, quem de fato já viu o Lula e conversou com ele? O que temos são imagens. Ou seja, elas estão entre nós e a realidade, mediando essa relação.
Como o quadro de Magritte no ínicio, "Isto não é uma maçã". Não é uma maçã, é tinta sobre uma superfície. Mas também é uma maçã, pois remete a idéia de maçã. Imagens são ambíguas, são e não são o objeto representado. As pessoas na tv não são pessoas de fato, porém são abstrações de formas e cores que remetem às pessoas reais.
Assim, imagens são fonte de conhecimento, como poderia imaginar Paris ou o Lula sem elas. Contudo não dá para esquecer que por trás de cada pincel ou câmera há pessoas com opiniões diversas. O recorte de uma câmera é seletivo, pensar sobre o que é ou não é mostrado faz toda diferença. A realidade de uma imagem é, no máximo, a realidade de quem a produziu ou então a realidade que lhe convem mostrar.

16 outubro 2009

Ta chovendo hamburguer

É, penso que esses norte americanos vão mesmo é morrer pelo estomago, sempre tiveram o “olho maior que a barriga” como diz o ditado popular e mais cedo ou mais tarde vão ter uma baita indigestão.
Não é novidade para ninguém que o american way of life, não é nem de longe sustentável, seja qual for o ponto de vista analisado, biológico, financeiro ou até mesmo no sentido dos americanos mesmo não se agüentarem. O mundo inteiro já não os agüenta, a novidade agora é que o conflito virá de dentro.
Quando falo em conflito, logo vem a idéia de uma guerra, uma briga ou coisa do tipo, mas a questão aqui é outra. Apesar dos problemas internos, em um país marcado pelo preconceito, não serem poucos. O fato é que em poucos anos os norte americanos deverão se tornar um dos povos mais doentes do planeta. Psicologicamente falando já sabemos que não são lá muito bem resolvidos, e agora os filhos dos fast food, aos poucos começam a aparecer e mostrar suas vulnerabilidades .
Em uma sociedade com individualismo reinante não é de se assustar que um aluno entre em uma sala e atire contra colegas pois a necessidade de auto afirmação pregada por essa cultura liberalista ao extremo cria mazelas irreparáveis como formas variadas de dependência do sujeito em relação a algum vicio.
A obesidade, reflexo do consumismo exacerbado, não deixa de ser uma dependência e um problema psicológico. Reflexo da segregação, ela atinge boa parcela dessa população e será o grande problema de saúde pública a ser enfrentado. As pessoas consumiram umas ás outras, exigiram tudo o que foi possível, e nessa briga uns poucos saem ganhando e a maioria perde.
Essa maioria que perde, que não esta diante dos holofotes são os ditos “pobres” do primeiro mundo, que sem diversão, sem motivação e conhecimento, acabam por reproduzir uma forma de vida anunciada pelo comercio, encontrando o prazer na comida e no consumo. Serão os diabéticos de amanha, são os pais das crianças que virão com problemas genéticos, são os cancerígenos que morrerão aos montes, que terão consumido tudo inclusive o próprio organismo, e ai, só ai, quando todas essas doenças se tornarem um grande mal para o estado, as bases do american way serão repensadas.
Vi um desenho com nome sugestivo, “está chovendo hambúrguer”. É engraçado como o culto do prazer pela comida de baixa qualidade e industrializada é enaltecido em produções como essa, mostrando os yankes vivendo por meio de instintos, pela simples vontade de satisfazer desejos.
Não é a toa que esse tipo de filme, incita tais hábitos alimentares, incentivando as indústrias que transformam os alimentos, pois o que é vendido em natura e não passa por uma linha de produção não gera tanto lucro. Não é interessante que o indivíduo faça seu alimento ou o plante, o objetivo é estimular as redes de fast food e supermercados.
O cientista, personagem principal da animação, poderia ter inventado qualquer coisa mas inventou uma máquina de criar hambúrgueres, sorvetes e coisas do tipo, e não pensem que criou para combater a fome, a questão única era fazer brilhar os olhos dos habitantes de uma cidade, afoitos por se empanturrarem de comida até passar mal, deixando de lado a sardinha que era a principal fonte de renda do povoado e passou a ser considerada nojenta.
Claro, a idéia é bem essa mesmo, sardinha é nojento, verdura não tem gosto, quiabo solta baba e toda essa história que já conhecemos bem. Mas eu queria mesmo é saber do que a salsicha é feita de que tipo de carne, ou como o Macdonalds não deixa perder os hambúrgueres. Achar algo nojento é muito mais uma construção do que uma realidade.
Podia passar um dia inteiro analisando esse desenho e falando das suas ideologias que passam despercebidas por nossas mentes atônitas por efeitos especiais, inclusive acredito que consegui perceber tantas coisas, mais pelo roteiro fraco e pelas cenas que não prendem o espectador do que pelos acontecimentos em si. As produções de hollywood que não nos deixam fixos nas poltronas correm o risco de serem criticadas, por deixarem aberto um espaço de reflexão perigoso porque pode tirar alguém da indiferença e incitar posicionamentos.
Como não poderia faltar, um latino americano aparece dizendo que largou medicina em seu país de origem para ir ganhar dinheiro nos EUA, trabalhando como câmera, é engraçado... Eles se matando por causa de um sanduíche e ridículos somos nós, serviçais qualificados ganhando pouco e trabalhando para idiotas. Mas quer saber, no fundo devemos ser um pouco ridículos mesmo, afinal o médico preferiu serviço braçal as servir seu povo na Guatemala.. Eu ainda vejo os filmes e amo coca cola, embora esteja escrevendo uma critica, talvez seja um pouco parecido com o médico.

08 outubro 2009

..aos tolos como eu...

Sobre nosso inspirador vídeo que foi postado semana passada por Gabriela Domiciano. Tal vídeo que somado a algumas outras inspirações me fez refletir. Tanto fingimos saber, mas pouquíssimo, diria quase nada sabemos a respeito. Todo dia nos confrontamos com tempestades de reportagens que jamais queríamos ver, escândalos que preferiríamos esquecer e pessoas as quais não precisariam existir.

São tantas coisas erradas na sociedade, mas a relatividade do errado nos deixa perdidos em meio aos muitos enganos. Todos sabem, mas poucos fazem algo a respeito, e então será que ainda há esperança?

Na TV são mortes, roubos e tudo mais, jornal não passa por diferente, afinal são todos os meios noticiando algo em comum, apenas uma parcela de todo o MAU que nos cerca nesse mundo de loucos. Loucos talvez sejamos nós que perdemos tempo reclamando de tudo que acontece ao nosso redor, enquanto os “certos” relaxam com uma cerveja gelada e assistem a uma partida de futebol, ou prefere uma novela?

INDIGNAÇÃO, palavra certa para descrever meus sentimentos. Não pensemos que o MAU (isso, deve ter destaque quantas vezes se fizer necessário) está apenas em Brasília, nas favelas do RJ ou na puta que o pariu, ele está em todo lugar, nos cerca, nos embriaga, nos destrói, ELE está aqui.

Algum dia algo irá mudar? Já vimos alguma história em quadrinhos, filme ou mesmo a porcaria de novela que todos assistem sem um vilão? Impossível. O herói não existiria sem vilão, é esta a base do enredo de qualquer história infantil ou filme para quem já tenha maioridade. Pois a realidade é diferente. O vilão faz sua parte sim – mata, rouba, tortura, rouba, mata, tortura –, sem ordem, sem vergonha, sem medo. A diferença é que o herói esconde-se ou simplesmente não existe.

O MAU é essencial. Tudo bem, talvez não seja, mas é indispensável e não por opção, é indispensável porque jamais conseguiremos dispensá-los de nossas vidas, mesmo querendo. Seja hoje ou daqui a cem anos, uns roubarão, matarão enquanto outros assistirão e sofrerão. Ah, ainda existem aqueles poucos heróis, que continuam se omitindo, desvalidando todo o poder que têm. Nada vai mudar, o enredo será o mesmo sempre, apenas os personagens mudarão, assim como as novelas “Shakesperianas” que todos sabem o começo, meio e principalmente o fim.

Abraços aos tolos como eu que vivem nessa desgraça.

01 outubro 2009