16 outubro 2009

Ta chovendo hamburguer

É, penso que esses norte americanos vão mesmo é morrer pelo estomago, sempre tiveram o “olho maior que a barriga” como diz o ditado popular e mais cedo ou mais tarde vão ter uma baita indigestão.
Não é novidade para ninguém que o american way of life, não é nem de longe sustentável, seja qual for o ponto de vista analisado, biológico, financeiro ou até mesmo no sentido dos americanos mesmo não se agüentarem. O mundo inteiro já não os agüenta, a novidade agora é que o conflito virá de dentro.
Quando falo em conflito, logo vem a idéia de uma guerra, uma briga ou coisa do tipo, mas a questão aqui é outra. Apesar dos problemas internos, em um país marcado pelo preconceito, não serem poucos. O fato é que em poucos anos os norte americanos deverão se tornar um dos povos mais doentes do planeta. Psicologicamente falando já sabemos que não são lá muito bem resolvidos, e agora os filhos dos fast food, aos poucos começam a aparecer e mostrar suas vulnerabilidades .
Em uma sociedade com individualismo reinante não é de se assustar que um aluno entre em uma sala e atire contra colegas pois a necessidade de auto afirmação pregada por essa cultura liberalista ao extremo cria mazelas irreparáveis como formas variadas de dependência do sujeito em relação a algum vicio.
A obesidade, reflexo do consumismo exacerbado, não deixa de ser uma dependência e um problema psicológico. Reflexo da segregação, ela atinge boa parcela dessa população e será o grande problema de saúde pública a ser enfrentado. As pessoas consumiram umas ás outras, exigiram tudo o que foi possível, e nessa briga uns poucos saem ganhando e a maioria perde.
Essa maioria que perde, que não esta diante dos holofotes são os ditos “pobres” do primeiro mundo, que sem diversão, sem motivação e conhecimento, acabam por reproduzir uma forma de vida anunciada pelo comercio, encontrando o prazer na comida e no consumo. Serão os diabéticos de amanha, são os pais das crianças que virão com problemas genéticos, são os cancerígenos que morrerão aos montes, que terão consumido tudo inclusive o próprio organismo, e ai, só ai, quando todas essas doenças se tornarem um grande mal para o estado, as bases do american way serão repensadas.
Vi um desenho com nome sugestivo, “está chovendo hambúrguer”. É engraçado como o culto do prazer pela comida de baixa qualidade e industrializada é enaltecido em produções como essa, mostrando os yankes vivendo por meio de instintos, pela simples vontade de satisfazer desejos.
Não é a toa que esse tipo de filme, incita tais hábitos alimentares, incentivando as indústrias que transformam os alimentos, pois o que é vendido em natura e não passa por uma linha de produção não gera tanto lucro. Não é interessante que o indivíduo faça seu alimento ou o plante, o objetivo é estimular as redes de fast food e supermercados.
O cientista, personagem principal da animação, poderia ter inventado qualquer coisa mas inventou uma máquina de criar hambúrgueres, sorvetes e coisas do tipo, e não pensem que criou para combater a fome, a questão única era fazer brilhar os olhos dos habitantes de uma cidade, afoitos por se empanturrarem de comida até passar mal, deixando de lado a sardinha que era a principal fonte de renda do povoado e passou a ser considerada nojenta.
Claro, a idéia é bem essa mesmo, sardinha é nojento, verdura não tem gosto, quiabo solta baba e toda essa história que já conhecemos bem. Mas eu queria mesmo é saber do que a salsicha é feita de que tipo de carne, ou como o Macdonalds não deixa perder os hambúrgueres. Achar algo nojento é muito mais uma construção do que uma realidade.
Podia passar um dia inteiro analisando esse desenho e falando das suas ideologias que passam despercebidas por nossas mentes atônitas por efeitos especiais, inclusive acredito que consegui perceber tantas coisas, mais pelo roteiro fraco e pelas cenas que não prendem o espectador do que pelos acontecimentos em si. As produções de hollywood que não nos deixam fixos nas poltronas correm o risco de serem criticadas, por deixarem aberto um espaço de reflexão perigoso porque pode tirar alguém da indiferença e incitar posicionamentos.
Como não poderia faltar, um latino americano aparece dizendo que largou medicina em seu país de origem para ir ganhar dinheiro nos EUA, trabalhando como câmera, é engraçado... Eles se matando por causa de um sanduíche e ridículos somos nós, serviçais qualificados ganhando pouco e trabalhando para idiotas. Mas quer saber, no fundo devemos ser um pouco ridículos mesmo, afinal o médico preferiu serviço braçal as servir seu povo na Guatemala.. Eu ainda vejo os filmes e amo coca cola, embora esteja escrevendo uma critica, talvez seja um pouco parecido com o médico.

5 comentários:

  1. Aiaiai!!
    Essa história de hamburguer me lembrou uma professora que dias atrás contou a seguinte história na sala: na época de faculdade, uma amiga dela ficava com um certo cara e gostava mt dele, mas ele não correspondia tanto assim, um dia ele simplesmente disse para ela: "vc para mim é como um hamburguer". Os risos foram gerais. Mas isso retrata algo mt sério, não é só a comida que se torna algo rápido, barato e superficial, chega-se ao ponto de considerar as outras pessoas tb como uma espécie de "fast-food".

    Em contraposição ao fast-food existe o movimento do slow-food, ou seja, ver que comer é muito mais do que simplesmente ingerir qualquer alimento de qualquer maneira. Comer é um ato social e reflete muito da cultura de um lugar, inclusive do relacionamento entre as pessoas. Ao optar por fast-food não é só os hábitos alimentares que mudam. Não trocaria nunca, por exemplo, o doce de leite feito pelo meu avô por um sorvete industrializado, porque comida tb pode ser uma forma de afeto, uma forma de tradição, de ligação entre as pessoas, de cultura.

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  2. pois é, vc tinha que ver o filme gabriela pra tirar suas propias considerações e criticaaaar
    asuiashuahsia
    ´pq é isso ai que vc disse mesmo =x

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  3. Olha, muita coisa ai é verdade, mas criticar apenas os estado-unidenses por algo que há pelo mundo todo e, principalmente aqui, no Brasil!
    Nosso povo é obeso e piora cada vez mais. Nosso povo é consumista, agimos de forma semelhante, diria até igual aos americanos lá do norte. Cada vez mais estamos entrando nessa onda e, infelizmente, ninguém se dá conta. Críticas não poderiam ser mais bem colocadas, mas não sejamos injustos também! Ninguém é obrigado a ir ao McDonalds ou usufruir das porcarias destrutivas, o fazemos por opção (e que escolha de merda que fazemo..haushasuahs)

    Muito bom, abraço!

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  4. Nada Marco, quem se propoe a pensar escolhe, mas muita gente nem pensa, a maioria do povo deles é vitma como o nosso, pessoas nao penssam, seguem propagandas, seguem o fluxo.. nada errado com comer hamburguer e tal, tenso é quando isso vira o prazer da vida, justamente por nao pensar, por nao ver prazer em outras coisas como a cultura porexemplo
    é tenso.. mas é isso aii, é mais uma análise do que uma critica eu acredito..
    mas e isso aii eu mesmo sou quase viciado em coca, mas pelo menos tenho noção da minha condição assim como vc ou a gabi
    abraçoo
    essa semana é o seu nee
    se eu demorar um poco a comentar e por falta de tempo
    mas logo comento
    abraaaaço !

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