14 maio 2010

Sobre carros e direção

Muito se fala sobre “se beber não dirija”, porém muito pouco, de fato se faz. Beber é bom, e isso ninguém nega. Nada melhor que terminar uma noite sob o efeito expansivo do álcool. Alguns preferem outros “combustíveis” que tratem de ligar e providenciar a melhor noite de suas vidas. Digo noite, pois é lá que está a maior parte do festerê. Tem a cerveja de domingo, de sexta, de sábado, de segunda, terça, quarta e da quinta também, por que não? Pois bem, fato é que qualquer indivíduo que já tenha passado por bons momentos de diversão alcoólica, logo retornará procurando a nostalgia. Eu mesmo, admito que o álcool me acompanha durante muitos dias. Vivo sem, mas prefiro não dispensar uma cervejinha ou um vinho pra esquentar, ou embriagar. O certo é que todos se apavoram com as notícias de morte ou até pior que aterrorizam os noticiários diariamente. O problema é que o pavor dura pouco tempo.

Certo dia, jurei a mim mesmo jamais beber e dirigir ou dirigir e beber. Pecador. Preciso admitir que, ao contrário do que prometera, já fiz isso. Por muitas vezes voltava a retomar o assunto, dizendo que: “agora sim, nunca mais vou beber e dirigir”. Mas sempre acontece. Já tive algumas surpresas por isto, felizmente nunca me aconteceu nada. Na maioria, digo maioria das vezes, a bebida não me afetou a ponto de meus reflexos maiores me abandonarem. Agora imagino, como vou julgar o camarada que mata uma família depois de beber, se eu mesmo, por menos que seja, já bebi com as chaves do carro na mão. Como há muito se sabe: falar é fácil, difícil é fazer.

É sempre possível passar da tristeza à felicidade, o álcool é um companheiro que por vezes nos ajuda, contudo, muito mais fácil é o nuance da alegria ao choro. Se vê, ao longo de estradas, a imprudência de motoristas embriagados pela bebida ou mesmo pela sua estupidez. Caçam uns aos outros, em ziguezague, como quem está numa pista de corrida. Bom seria se apenas os que isso fazem morressem. Tudo bem, foi-se mais uma vida. Inútil. Ruim mesmo é quando essa brincadeira sem escrúpulos acaba por infernizar uma outra família, que por mais pecadora que possa ser, nada tinha com a brincadeirinha. Já passei por isso, já senti outra vida em minhas mãos, ou melhor, o final delas em minhas mãos, e digo: não é nada bom. Dera-nos se em breve conseguimos acabar com isto, seria para o bem de todos.

Digo que a bebida é boa, se faz mal, pouco importa, porém, não nego que haveriam outros modos de chegar ao ponto que o álcool nos leva. Serve a escolha de cada um. Ninguém deve parar de beber, mas sim saber das suas futuras condições. São raras as vezes que tenho esta indignação por meio deste assunto. Desta vez tive e resolvi escrever. Um depoimento, uma confissão, ou seja lá como se chame isto, admitindo os erros é que podemos consertá-los, logo é isso que faço. A morte é certa, mas existem muitos meios mais dignos e favoráveis de perecer. Pular de uma ponte, seria uma. De um prédio. Morrer numa batida de carro? Que clichê! Nem nisso eu quero ser igual aos outros. Façamos nossa parte, só espero que se algum bêbado bater contra mim eu esteja bêbado o suficiente para não sentir. Brincadeira. E como de costume: se beber não dirija. Até mais.

2 comentários:

  1. se algum bebado bater em mim que eu esteja bebado o suficiente pra nao sentir ...
    aiushiahsiauhsiuahsa
    éee, se beber nao dirija é tenso, a gente fica mais acelerado mesmo , nao tem jeito !

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  2. Verdade, há quem ainda esteja aqui para não desmentir. Esse negócio de 'eu sei o que faço', no fim nunca se sabe.

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