13 agosto 2009

Por Gabriel George


A verdade nua e crua da cultura popular nunca estará estampada em panfletos de turismo. Não quero escrever como um funcionário de uma empresa

de viajens, muito menos comprar a simpatia alheia com frases aveludadas. Tapa com luva de pelica é com as novelas da globo.

Quem diz que gosta de viajar sabe, há um odor muito característico em toda esta cultura: odor humano, suor do trabalho.

Descobri que há muito mais entre o pudor nacionalista de um tocantinense e o nosso dicionário, que meu vão emprego com as palavras pode sonhar...

Há gotas engorduradas dos condimentos de uma cansada cozinheira de acarajé. Há lágrimas de uma viúva frustrada, que sem saber

oferece uma cuia de tacacá ao assassino de seu marido sem saber. Há dramas, entre um prato e outro de vatapá, numa praça

de pagode, que eclodem por entre a fumaça dos cigarros de palha, como balões de festas sobre uma roseira. Uma discução

ébria, um estampido e outro, e a pólvora se faz sentir. Num momento destes, o que Pepe Moreno canta, na alegre "Bar do Risca Faca",

parece então apenas uma triste música de fundo no meio da correria. Enfim, nestas calhas de roda há sangue, sorrisos e choros. Cultura não é somente

mofo e poeira sobre uma edição de Fausto ou entre volumes de barsas, é também uma poça de cerveja quente sob a luz amarelada de uma feira clandestina.

É vivência. Saúde Pública, Poder Público, Segurança Pública, carentes da atenção do Senado como um bebê recém nascido carece do leite materno...

e alguém se ofende por que sou realista! Ossos do ofício? Quem sou eu, não? Sou uma carcaça... Por incrível que pareça, sou nacionalista,

embora meu repúdio com a hipocrisia possa espetar quem prefira tudo por baixo dos panos. E eu sei que muitos gostam da realidade escrachada.

Sob o sol, vemos a compleição viril de um corpo sadio, pisando na areia quente das praias de água doce. Sob a lua, há somente um vulto.

A agilidade deste corpo nativo, incólume em violar certas leis, vigentes apenas no papel, impressiona. Tucuruí é uma

cidade jovem, na flor da idade praticamente. Ainda nova, e bonita, somente sua criação faz mostrar sua verdadeira feiura; aquela feiura que

há no caráter de uma jovem mal educada. Quase uma amazona. Uma feiura sublime, uma beleza insólita, esta cidade é um caldeirão de estereótipos colecionados há poucas décadas. Há desde o sulista, enfático na pronúncia do "r", ao moreno indígena nortista; que tem lá suas histórias surreais sobre Tupâ, Caipora e

bôtos bem afeiçoados e de lábia bacana. O calor tórrido dos trópicos é facilmente sentido por suburbanos como eu, branquelos azedos que andam de havaianas, e costumam ser apelidados de gringos. A criatividade alheia é uma benção, quando há no coração da vítima, de um batismo desses, paz cristâ. Pudera! Estes dias,

vendo um hermano tocantinense se indgnar com minha retórica eu soube: o crime não compensa... Que a sorte do mesmo me poupe de mais estresse, assim

como jagunçus poupam suas balas com encomendas bêbadas. Quero deixar algo claro: sim, quero causar polêmica. Porém, longe de mim exagerar ou omitir! Um ponto meu que seja sempre concluirá uma verdade nua e crua, muito embora

possa ela ser desagradável a alguns. A todos, desejo paz profunda.



6 comentários:

  1. me desculpem a repetição da locução "sem saber" duas vezes no início =S kem me dera kerer ser enfátiko neh, foi lerdeza rude memo =C

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  2. muito bom x))
    gosto de realismo
    das varias faces das coisas
    a cultura por ser popular e pelo popular não ter visibilidade no nosso país sucumbe pela falta de atenção governamental, preservar é um ato de coragem e força...
    eu não entendi essa parte "viúva frustrada, que sem saber
    oferece uma cuia de tacacá ao assassino de seu marido sem saber" quem matou quem ??
    e só uma observação, a pontuação ficou meio difícil e a formatação também ( quando peço pra falar tudo sobre o que escrevo.. fale!! pq vou falar do seu .. kkkkkkkkkkkkkkk só a critica constroe =p )


    serei repetitivo em dizer que gostei muito do texto
    congratulations!
    parabéns

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  3. Novamente muito bom!!

    Quanto não se esconde atrás das belas propagandas de turismo, não é mesmo?

    =/

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  4. Gostei do texto, embora concordo com o Ricardo quanto a parte de: "quando peço pra falar tudo sobre o que escrevo...fale!! pq vou falar do seu". Achei a formatação e a pontuação meio difícil também, mas já notei que é teu jeito de escrever. Texto bom. Ah, só uma correção que deve ser feita no início do texto: "como um funcionário de uma empresa
    de viajens". VIAGENS x)

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  5. hehe pois é, são muitos erros, mas não irão se repetir gente ;)

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  6. Treme o alto sino ao meio dia em ponto em cada ouvido que trabalha sob sol nesse escaldante dia; mãos sujas esfregam o suor gorduroso das testas dessas humildes pessoas. Barulhentos embrulhos de pacotes mornos saciam parte de uma fome sombria.

    Soa o apito do moço no alto, arregalando os olhos a chibatar:

    -Corram, Corram seus pobres infelizes,
    tem mais horas pra trabalhar.
    Estou com fome de dinheiro...
    silêncio que vou descansar.....

    Nesse dia pararam de trabalhar
    E encheram o peito pra gritar:
    -Fume de uma vez o cérebro do que resta dessa amargura carnavalesca que é morrer de penar.

    E uma nuvem cobriu o sol que lascava o dia.

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